O ser humano sempre buscou maneiras mais eficazes para obter qualquer coisa de seu interesse. Desde a descoberta do fogo até hoje, as tecnologias se modificaram à medida que o ser humano moldou suas necessidades pessoais e comunitárias. Através de mudanças cada vez mais velozes, o mundo tem trabalhado para uma interconexão de pessoas, processos, empresas e dados cada vez mais profundos e mais essenciais.
A indústria mundial se rendeu a inovação e se alicerçou aos fundamentos práticos e rápidos que a virtualização e descentralização de processos estabeleceu. A nova estrutura operacional capaz de modular as possibilidades da cadeia produtiva sem necessidade de investimento de longos meses de reprogramação de alterações complexas, permite que os softwares tomem decisões instantâneas e autônomas baseadas nas necessidades de produção com pouca ou nenhuma intervenção humana.
Essa inovação é chamada de 4ª Revolução Industrial e começou a ser discutida pela Alemanha em 2011, mas apenas em 2013 o governo alemão divulgou suas estratégias de política industrial no documento “Recommendations for implementing the strategic initiative Industrie 4.0” que apresenta uma série de aplicações práticas para uma “indústria inteligente” e um “mundo inteligente em rede”.
Além disso, o país que é um dos líderes na competição mundial das indústrias manufaturadas, mantém o site Plattform Industries 4.0 que apresenta publicações, artigos da comunidade científica alemã e do setor empresarial que em conjunto mapearam todos os processos para implementação até 2030 por meio de estudos sistemáticos das mudanças em curso.
“A tecnologia da informação está se transformando nas empresas desde a década de 1970. Os PCs de mesa, o uso da TI do escritório e a primeira automação auxiliada por computador revolucionaram o setor. Para a Indústria 4.0, a tecnologia central não é o computador, mas a Internet. Com a rede global através das fronteiras da empresa ou do país, a digitalização da produção está ganhando nova qualidade: a Internet das Coisas, as comunicações de máquina a máquina e as instalações de produção que estão se tornando cada vez mais inteligentes estão anunciando uma nova era – a quarta revolução industrial, Indústria 4.0.” (Falando sobre Revolução: O que há de novo na Indústria 4.0? – Plattform Industrie 4.0)
A Alemanha foi o pioneiro a compreender que os computadores e a internet poderiam melhorar os processos da indústria, reduzir recursos, tempo e mão de obra, e ao mesmo tempo qualificar esses profissionais. O país tem implementado a inteligência que faltava para que a tecnologia possibilitasse que a cadeia produtiva fosse otimizada.
Atualmente, o mercado mundial fatura 73 bilhões de dólares por ano, e economiza outros bilhões em redução de custo por causa da tecnologia. Entretanto, somente 2% das indústrias brasileiras são 4.0. Segundo uma entrevista do Canal Tech com o Reinaldo Lorenzato, especialista na Indústria 4.0, a estratégia essencial e responsável pelo sucesso da Alemanha foi garantir que as pequenas e médias empresas tivessem acesso a tecnologia, o que foi importante para agregar a cadeia de valor como um todo e possibilitou a implementação horizontal, atingindo diversas indústrias e mercados diferentes no país.
Digitalização de um processo físico em um aplicativo inteligente
A inteligência artificial torna as empresas mais conectadas e inteligentes, oferece produtos que se transformam em serviços a sociedade, e assim, a tecnologia começa a impactar a indústria. Duas das tecnologias-conceito que transformaram os processos, são a impressora 3D que hoje pode imprimir protótipos, peças de máquinas, qualquer tipo de utilidades, e até já imprimiu um casa completa, e a IoT, conhecida como “Internet das Coisas” que integra utilidades comuns a automações inteligentes e tecnológicas.
Empresas como WhatsApp, Uber e Spotify transformaram produtos em serviços e oferecem ao público consumidor uma ferramenta que facilita um determinado processo e implementa outro novo conceito: a experiência do usuário – que também é cliente – gera uma nova necessidade de consumo.
A digitalização promete diversos serviços que podem transformar o dia a dia de uma empresa. Além de oferecer mobilidade e seguranças de dados através do big data, é capaz de realizar armazenamento em nuvem, compartilhamento de informações, utilização da redução de custos, sustentabilidade integração de todas as cadeias de valores coletivo, que beneficia quem se integra nesse processo.